Terceiro vetor do crescimento profissional: o que é, de onde vem e por que importa

Terceiro Vetor de Crescimento Profissional: Relacionamento e Networking.

O terceiro vetor crescimento profissional é um conceito que desenvolvi a partir de um padrão muito recorrente. Profissionais qualificados, produtivos, éticos, mas ainda assim pouco reconhecidos. Gente que entrega bem, com constância e resultado, mas continua esquecida na hora das indicações. Já acompanhou ou viveu isso? Não é raro. E justamente por isso merece atenção estratégica.

Por que o terceiro vetor crescimento profissional é decisivo?

Durante décadas, nos disseram que bastava estudar e trabalhar duro. Essa é a fórmula clássica. Conhecimento e esforço. É claro que os dois são fundamentais. Ninguém se sustenta profissionalmente sem domínio técnico nem sem dedicação. Mesmo assim, não é o suficiente. A partir disso, a conta está incompleta.

Existe uma terceira força que influencia diretamente o crescimento. O relacionamento profissional. Ele não é superficial, nem acessório. Pelo contrário, ele representa uma parte essencial da estratégia de posicionamento. E se você ainda acredita que networking é um dom social, talvez precise rever o que entende por influência.

Além disso, essa força não opera sozinha. Ela precisa de ativação intencional. Caso contrário, permanece inerte, sem gerar visibilidade real. Em função disso, perde-se uma oportunidade de crescer sem esforço adicional. Por esse caminho, o profissional se torna eficiente, mas invisível.

O que sustenta uma presença real?

Relacionamento profissional não se resume a simpatia, carisma ou fazer média. Relacionamento é o que conecta sua entrega ao mercado. É o que torna você lembrado nas conversas certas. É o que te insere em espaços onde decisões são tomadas. E isso não acontece de forma espontânea. Exige consciência, método e continuidade.

Além disso, é importante entender que a construção dessa presença não deve depender do improviso. De forma geral, a ausência de planejamento enfraquece a rede com o tempo. Por esse motivo, manter vínculos de forma ativa, mesmo quando não se precisa de nada, é o que dá potência ao terceiro vetor do crescimento profissional.

O método que desenvolvi ao longo de quase duas décadas no Curso de Networking cumpre esse papel com eficiência. Ele oferece um mecanismo para estruturar e ativar redes com inteligência. Está tudo reunido no livro “Mecanismo do Networking”, onde apresento os quatro poderes, os dois ambientes e as três redes estratégicas. Além disso, criei a matriz CHAVE, que organiza as cinco competências relacionais mais importantes: conhecimento, habilidade, atitude, vínculos e entidades.

Esses elementos não vieram da teoria. Pelo contrário, surgiram da prática, da observação, da interação direta com profissionais em situações reais. Por consequência, mostram que relacionamento não é talento. É estrutura. E isso muda tudo.

Como o terceiro vetor do crescimento profissional muda sua lógica de ação

Se o conhecimento move, e o esforço impulsiona, o relacionamento amplia. Ele é o vetor que transforma competência em reputação. Em outras palavras, é ele quem faz com que aquilo que você já sabe e já faz seja percebido. Ele leva sua entrega até quem pode abrir portas.

Ou seja, é essa força que converte mérito em visibilidade. Por isso, defendo que o relacionamento profissional não deve ser ativado apenas quando você precisa. Ele deve ser mantido enquanto você constrói. Porque rede construída sob urgência raramente é confiável. Além do mais, presença eventual não gera lembrança.

O poder da constância relacional

Com frequência, vejo profissionais subestimando o poder de um simples gesto de presença. Um comentário consistente, uma participação recorrente, uma ajuda oferecida fora de hora. São atitudes que, ao longo do tempo, sedimentam reputação. Por outro lado, quem some entre um ciclo e outro tende a ser esquecido, mesmo sendo competente. Por isso, visibilidade não se resume a autopromoção. Ela nasce da constância na memória dos outros.

Mesmo que pareça algo natural, esse tipo de rede precisa de disciplina e intenção. Inclusive, os profissionais mais discretos conseguem construir presença de forma ética e estratégica. Além disso, quando isso se torna hábito, os vínculos ganham consistência. Portanto, se você sente que já fez muito e ainda assim não é lembrado, talvez o problema não esteja na entrega. Talvez esteja na forma como essa entrega circula. Nesse caso, a resposta não é aumentar o esforço. A resposta é ativar o terceiro vetor.


Marcelo Miyashita é estrategista de networking e diretor da Miyashita Consulting. Autor do livro “Mecanismo do Networking”, ministra cursos presenciais em todo o Brasil e mentorias online sobre networking.

Escrito por : Marcelo Miyashita

Apaixonado por praticar, aprender e ensinar marketing desde 1995.