Todo dia 8 de Maio é assim. É o Dia do Profissional de Marketing, porém, sempre acontece sem muito alarde ou comemorações.
Essa passagem, tão desapercebida entre os próprios profissionais, reflete a preocupante falta de identidade que existe a respeito dessa profissão que vem crescendo junto com a maior preocupação das empresas e organizações quanto a sua posição, suas estratégias e táticas para atuar no mercado. Agora, por que há essa tal crise de identidade?
O principal motivo na minha visão é que por abordar atividades tão amplas (da operação das ações de comunicação à gestão de estratégias e táticas de mercado), acaba, por fim, não tornando claro quem é esse profissional e o que ele faz.
Há, também, a questão da relação profissão e ocupação. Normalmente, assumimos como profissão a formação universitária (por exemplo, eu sou publicitário, formado pela Cásper Líbero, em 1993) e, como ocupação, a atividade profissional.
Por essa lógica, encontramos, além de publicitários, relações públicas, jornalistas, administradores, engenheiros, profissionais de letras, de tecnologia e, por aí afora, atuando em marketing. Ah, e há também os profissionais de origem, formados pelos cursos de graduação em marketing.
Por várias razões, muitos graduados em outras carreiras acabam atuando em marketing, em alguma das atividades que compõem seu mix.
Isso favorece a falta de identidade a que me refiro, porém, torna-a diversificada e plural. Por outro lado, não sendo claras as atividades da profissão, faz com que muita gente, sem qualquer preparo ou condição técnica, nomeie-se profissional de marketing. Enfim, sempre há “picaretas” em qualquer profissão, imagine, então, em uma que não é tão clara assim.
Então é preciso tornar clara a profissão. Primeiro, assumindo-a. Ser profissional de marketing não substitui ou desvaloriza a formação inicial, pelo contrário. O fato de eu ser publicitário e começar a carreira no mercado da propaganda me ajudou muito a compreender e dominar o aspecto da operação e gestão das ações de comunicação.
Foi meu ponto de partida para trabalhar outros aspectos do marketing, como as competências de pesquisa, tratamento de informação de mercado, planejamento de marketing e gestão de relacionamento com cliente.
Da mesma forma, vejo administradores, profissionais de TI, financeiros e economistas atuando como profissionais de marketing, utilizando como ponto de partida suas capacidades inerentes (conhecimento da administração de negócios, tecnologia e operações financeiras) que são ótimas e os favorecem de forma diferente.
Portanto, vamos aproveitar esse dia que passou em branco para refletir e fazer da ocupação uma profissão. Não há nada de errado em termos duas profissões. É misturando as nossas origens que damos um toque personalizado à nossa atuação no mercado como profissionais de marketing.
Apaixonado por praticar, aprender e ensinar marketing desde 1995.