Como praticar o networking no dia-a-dia

Como praticar networking

Networking não é um acontecimento, é um processo. Muita gente só pensa na sua rede de contatos quando precisa desesperadamente: uma meta de vendas para cumprir ou a necessidade de um novo emprego. Infelizmente, ocorre na maioria dos casos. A pessoa torna-se impertinente, irrelevante e, ainda por cima, pedinte.

O verdadeiro networking ocorre justamente pela via contrária, pela via do oferecimento de ajuda, tempo, disponibilidade e proximidade. É praticar o velho lema “ajude para ser ajudado”.

Esse é o desafio do networker. Não dá para ajudarmos todos nossos contatos e nem tomarmos café com todo mundo todo mês, então, precisamos encontrar fórmulas que viabilizem essa prática.

Primeiro, é preciso compreender que nossos contatos não são iguais. Aliás, há uma escala de proximidade que deve estar clara: rede de contatos, rede de colegas, rede de amigos e rede de parentes.

Com os contatos tivemos exatamente isso: um contato. É o que acontece quando trocamos cartões num evento ou quando alguém entra em contato conosco. Já colegas são pessoas mais próximas, há a convivência – não só temos seu contato, mas também os conhecemos e somos reconhecidos por eles.

E, claro, temos amigos num grupo bem menor, além de familiares e parentes, que sempre vamos priorizá-los no nosso dia a dia. Ligamos, trocamos mensagens e, naturalmente, damos mais atenção e ajuda. Somos networkers com amigos pois é a essência do relacionamento humano.

O ponto que precisa de mobilização e cuidado são as redes de colegas e contatos. Não dá para manter relações com todos como mantemos com os amigos. Até porque um bom networker consegue chegar no que chamo escala dos cinco (50 amigos, 500 conhecidos e 5000 contatos). Então, a questão é como praticar networking com as redes de colegas e, principalmente, com as de contatos.

É preciso utilizar um pouco da base do conceito de marketing de relacionamento praticado pelas organizações. Elas estabelecem esse follow-up por meio de ações de comunicação e atividades presenciais segmentadas. Por esse caminho e, sempre fornecendo algo relevante e interessante, é possível nos mantermos ativos com nossos colegas e contatos.

As redes sociais têm ajudado muito nesse follow-up. Claro, é preciso praticar com inteligência. Volta e meia eu recebo mensagens de pessoas que simplesmente perguntam: E aí? Tudo bem, como vão as coisas? E só. Ou pior, “oi, tudo bem, indica o meu CV para seus amigos?” (?!).

A geração de conteúdo relevante nas redes sociais têm se mostrado um bom caminho. Muitos profissionais, ao criarem e manterem perfis, páginas e grupos relevantes, bem posicionados, encontram um bom motivo para, por meio de uma prestação de conteúdo, manterem-se ativos e gerando conhecimento para seus colegas e contatos.

É preciso compreender que a prática do networking exige preparação e manutenção de conteúdo, seja por meio de atividades online, seja promovendo encontros presenciais, seja, simplesmente, atuando como conector entre as pessoas – levando indicações e oportunidades.

O LinkedIn ajuda manter os dados dos contatos e colegas atualizados. Nesse sentido, é uma boa ferramenta, mas, isso resolve parte do trabalho. E usar o LinkedIn apenas para isso acaba sendo uma subutilização da rede – não adianta ter os dados limpos e atualizados se não há uma mobilização disposta a servir.

Por isso que praticar networking dá muito trabalho. E a prática correta é totalmente inversa à percepção que algumas pessoas têm: não se faz networking explorando seus contatos para pedir coisas. Networking se faz ajudando, fornecendo, informando e prestando serviços e conteúdo.

Assim, mobilizando-se para as pessoas, conseguimos nos manter interessantes e não interesseiros. Nesse sentido o networker é como um líder. Enquanto este trabalha para servir seus colaboradores e parceiros para conseguir mais envolvimento, comprometimento e colaboração; o networker trabalha para servir seus contatos e colegas para assim conseguir esses mesmos resultados. E numa escala bem maior.

Escrito por : Marcelo Miyashita

Apaixonado por praticar, aprender e ensinar marketing desde 1995.