Planeje sua carreira, mas saiba que ela é parte de duas coisas também importantes – você e sua vida
Vivemos a pressão do emprego, da nossa capacidade ‘empregável’ de manter nossa vaga ou de nos colocar no mercado de trabalho. Não podemos mais administrar a carreira só com as simples preocupações de ‘bater o ponto’ ou atender as orientações da cartilha de RH. Aliás, nunca fomos tanto ‘recurso humano’ como hoje, mesmo que todo discurso empresarial diga o contrário, sabemos no fundo que somos um ‘recurso’, num jogo que toda hora muda suas regras.
Mesmo quando fazemos o melhor, um dia podemos cruzar com o bilhete azul. Não por culpa do seu chefe, mas por imposições do mercado, da produtividade, da redução de custo, ou mesmo da sobrevivência, isso quando não somos vítimas das fusões ou aquisições, onde não há lugar para dois fazerem a mesma coisa. Parece que vivemos a filosofia do ‘highlander’ organizacional: só pode restar um.
É, infelizmente, não temos mais a segurança do emprego e nem emprego para todos. É fato, e é perda de tempo lamentar. É assim e governo nenhum vai mudar essa situação, por mais que prometa mundos e fundos em suas campanhas eleitorais.
A questão é como podemos enfrentar essa situação, sobreviver ou até superar esses desafios e desenhar uma boa carreira. Já que não temos mais portos seguros, o barco é a nossa casa, e não mais o cais onde aportávamos, e alguns – antes – conseguiam ficar a vida inteira. Para navegar neste novo mercado, precisamos planejar, enxergar as oportunidades e acima de tudo, assumir uma bandeira própria na proa do nosso barco.
Precisamos assumir nosso sobrenome, nossa própria marca, e entender que emprego é parte de duas coisas também importantes: você e sua vida.
Então antes da filosofia da empresa, precisamos mais do que nunca definir nossa filosofia, nosso modo de agir e pensar. A independência do pensamento e da atitude é o caminho, pois a dependência profissional hoje não é mais recompensada com um emprego e salário seguro.
Temos que voltar nossas atenções para nossa vida, não a vida depois do horário comercial, mas a vida como a base de onde partirá a conquista e a perda de vários empregos em nossa carreira. E o desafio é planejar a vida onde o emprego é só mais um, e não o único elemento. Para fazermos isso com desprendimento é necessário ter equilíbrio mental e psicológico, que se constrói com uma vida equilibrada entre família, saúde e relações sociais.
Isso sim nos torna produtivo, competitivo, atraente e diferenciado. Nos faz perceber que precisamos investir e trabalhar por motivos maiores que ficarão conosco a vida inteira. E não por empregos e culturas corporativas e corporativistas. Precisamos ser independentes, assumir nossa marca e entender que seu chefe, gerente e diretor não são seus donos. São etapas.
O lado irônico disto é que as empresas estão priorizando justamente este tipo de pessoa, que tem potencial para ser líder, pró-ativo e solucionador. Mesmo que o preço depois seja correr o risco de perder esse talento. É o pensamento competitivo: é melhor ter um líder agora do que um recurso humano para sempre.
Apaixonado por praticar, aprender e ensinar marketing desde 1995.