“Marketing de baixo custo”, matéria na revista Pellegrino

  • julho 24, 2009
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Revista Pellegrino é uma publicação dirigida aos revendedores de autopeças e aplicadores especializados em injeção a diesel. Com linha editorial voltado à transmissão de conhecimento e capacitação do revendedor de autopeças, a revista aborda temas como Gestão, Serviços, Comportamento e Marketing.

Na edição de n. 99, a Pellegrino traz uma matéria sobre marketing de baixo custo com colaboração do prof. Marcelo Miyashita. Segundo o consultor líder da Miyashita Consulting “práticas como liderança, gestão de pessoas, formulação de políticas claras de atendimento e revisão dos processos de serviços, orientação e treinamento funcional e gerencial tendem a dar muito mais resultado do que qualquer anúncio ou esporádicas campanhas publicitárias.”

Leia a matéria na íntegra.


Marketing de baixo custo

Por Paulo Carneiro

marketing de baixo custo, boca a boca, buzzmarketing, buzzAÇÕES DE MARKETING DE ALTO IMPACTO NÃO PRECISAM CUSTAR O OLHO DA CARA. NEM PRECISAM SE LIMITAR APENAS AO BOM E TRADICIONAL BOCA-A-BOCA

Pouco importa o tamanho da empresa, a localização geográfica ou o ramo de atividade. Em qualquer situação, o objetivo é sempre a conquista do cliente. O que varia são as estratégias de marketing usadas na luta pela ocupação de espaço. A regra vale tanto para multinacionais como Volkswagen ou GM quanto para uma loja de autopeças.

Segundo o consultor de soluções estratégicas e facilitador do Sebrae-SP Marcio Tadeu Aurélio, as pequenas levam vantagem sobre as grandes, desde que saibam com clareza aonde querem chegar. “Como normalmente o centro decisor de uma pequena empresa é seu dono, quando este toma a decisão por uma ação de marketing torna-se o condutor natural do processo e o exemplo para todos na organização”, diz Aurélio. Ele entende que essas empresas podem aplicar técnicas que inicialmente não demandam grandes investimentos, apenas exigem o aconselhamento de profissionais experientes, além de comprometimento, vontade e paciência.

João Carlos, Autofar
João Carlos, da AutofarVem aí o videomostruário
Marketing de impacto, de guerra ou estratégico. Independentemente do nome, o importante é dar o recado ao cliente. É dessa forma que pensa o gerente de vendas da Autofar, em Porto Alegre (RS), João Carlos da Silva Moraes, que diz estar de olhos abertos para as tendências do mercado. “Em nossa atividade temos de estar sempre oferecendo informações aos clientes. Temos várias promoções permanentes. Tudo depende do momento.” Segundo João Carlos, as promoções têm dado resultado, mas ele alimenta sonhos mais altos. “Tenho em mente a realização de um videomostruário. A idéia é fazer um vídeo com uma grande variedade de peças, de modo a dar ao cliente um panorama do que temos”, revela. Sua inspiração veio de um trabalho semelhante que ele viu em um supermercado e ficou impresssionado. “Estou procurando parcerias para levar o projeto à frente. É interessante apresentar aos clientes esse vídeo informativo.”

Também o consultor Marcelo Miyashita, da Miyashita Consulting, salienta que ações de marketing de alto impacto e baixo custo são acessíveis a qualquer empresa, independentemente do porte. A exemplo de Márcio Aurélio, ele acredita que o processo é mais fácil nas empresas de pequeno porte. “Diferentemente das grandes, elas podem dar mais atenção ao cliente. Minha recomendação é que o empresário invista no que é competitivo para o pequeno comerciante, ou seja, no próprio estabelecimento e no atendimento”, diz Miyashita. Isto significa investir no marketing do ponto-de-venda, melhorar o merchandising e treinar melhor os colaboradores. “Treinados, eles poderão reproduzir um tratamento atencioso, cordial, próximo, responsivo e prestativo ao cliente. Não é necessário grande investimento”, garante. Para o consultor, basta o empresário trabalhar as pessoas como pessoas e não somente como empregados. “Práticas como liderança, gestão de pessoas, formulação de políticas claras de atendimento e revisão dos processos de serviços, orientação e treinamento funcional e gerencial tendem a dar muito mais resultado do que qualquer anúncio ou esporádicas campanhas publicitárias.”

Miyashita afirma que um erro muitas vezes cometido pelo pequeno comerciante é querer repetir as ações de marketing que os concorrentes maiores executam. O consultor acredita que, por melhor e mais inteligente que sejam essas ações, sempre faltará verba, estrutura e profissionais capacitados para a gestão de marketing. “É possível fazer melhor, com custos bem menores. Aproveite a vantagem de ser pequeno e ofereça um atendimento cuidadoso, diferenciado”, aconselha.

FOCO NO MERCADO
Autor do livro “Os olhos do dono engordam o lucro”, o consultor e palestrante Cláudio Raza, da Raza Consulting, defende a ideia de que o sucesso de um varejista depende principalmente da intensidade com que ele incorpora o conceito de varejo. Para Raza, esse conceito é uma orientação de gerenciamento que faz o varejista focar a satisfação das necessidades de seu mercado com mais eficácia e eficiência que seus concorrentes. Ele sugere a aplicação de uma abordagem sistemática de marketing para pequenas empresas. “O comerciante deve fortalecer aquilo que ele tem de melhor, destacando-se pela qualidade dos produtos e serviços oferecidos e pelo atendimento personalizado. Os custos variam de acordo com o tamanho do negócio, mas o impacto pode ser percebido de imediato.”

Luiz Carlos, Honolulu Diesel Auto Peças
Luiz Carlos, da Honolulu Diesel Auto PeçasBoca-a-boca
A divulgação boca a boca ainda é a melhor maneira de se atrair e conservar clientes, mas isto não significa que os novos conceitos de marketing sejam irrelevantes. Esta é a opinião do empresário Luiz Carlos Guerra, da Honolulu Diesel Auto Peças, no Rio de Janeiro (RJ), que garante ter bons argumentos para fazer a afirmação. Mesmo sem investir em ações de marketing, o movimento da loja é intenso e a cada dia aparecem novos clientes. “O motivo é que oferecemos um serviço de primeira qualidade e o melhor tratamento possível. Os próprios clientes se encarregam de divulgar e recomendar o nosso nome”, afirma Luiz Carlos. Segundo ele, a tradição da loja também tem um peso decisivo no fortalecimento do conceito da loja. “Nós temos 45 anos de existência, mantendo o mesmo padrão de qualidade. A divulgação boca a boca tem sido nossa aliada durante todo esse período e vai continuar sendo.”

Já o publicitário Irineu Polesi, da Agência Polesi, recomenda que o comerciante defina claramente o perfil do público-alvo por sexo, idade, renda, escolaridade e hábitos de consumo; defina quem usa o produto, pelos mesmos critérios; e quem são seus concorrentes, seus próprios pontos positivos e negativos, suas ações de marketing e comunicação. “A partir dessas ações, ele pode definir um diferencial para o seu negócio e criar ou fortalecer canais de relacionamento com o consumidor, que podem variar de acordo com o ramo de atividade.” Para o varejo de autopeças, Irineu inclui entre as ações de alto impacto e baixo custo os sites de relacionamento (para ações de marketing viral), ações de e-mail marketing, a montagem ou compra de um banco de dados, e anúncios em jornais e revistas regionais. “Se a verba for pequena, faça anúncios menores, mas com maior frequência”, recomenda.

Tudo isso, porém, não exclui as ações de promoção de vendas para certas datas, como Dia das Mães, Dia dos Pais e o Natal, bem como as liquidações. “O ideal é fazer parcerias com fornecedores e outros comerciantes que não sejam concorrentes. Coisas como ‘nas compras acima de determinado valor, ganhe um jantar com sua esposa no restaurante X’.” O publicitário recomenda ainda o merchandising na própria loja e com parceiros: cartazes, displays, banners. “Também pode ser estudada a possibilidade de patrocínio de um time de futebol. No ramo de autopeças, o impacto é grande e o custo não é proibitivo.

Revista Pellegrino, ano 16, n. 99, Junho 2009, p. 10 a 12

Escrito por : Miyashita Consulting

Nosso negócio é promover e disseminar a prática de marketing pelo caminho da transmissão de conhecimento, aplicado em projetos e treinamentos.