Ascenção negra no mundo corporativo
Segundo o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, nas empresas no país menos de 30% dos cargos de liderança e chefia são ocupados por pessoas negras.
Em 2018, segundo o instituto, a população autodeclarada preta ou parda ocupava 29,9% desses cargos. Em 2019 esse índice oscilou para 29,5%.
Um levantamento do site Vagas.com apresenta uma disparidade ainda mais evidente. Segundo informações cadastradas pelos próprios usuários na plataforma de recrutamento 47,6% dos negros estão em funções operacionais. E 11,4% em funções técnicas.
E subindo na hierarquia, 3,4% dos negros estão em cargos gerência (ante 7% dos brancos). E apenas 0,7% em cargos de diretoria, ante 2% dos brancos.
Essa disparidade está representada também no nível escolar: 47% dos negros se declararam com nível superior (ante 55% dos brancos), mas apenas 8,8% com pós-graduação (ante 17% dos brancos). Ou seja, negros com pós-graduação são quase 50% a menos que brancos.
Essa realidade também acontece nos cursos da Miyashita Consulting. Há 18 anos aplicamos e comercializamos cursos e treinamentos para empresas e seus colaboradores. Nesse período chegamos a quase 8 mil profissionais certificados (Out/2021).
Não temos o número de negros e descendentes autodeclarados exatos, já que não captamos a informação de raça e descendência no processo de cadastramento e inscrição. Mas, é evidente que negros e descendentes formam a minoria nas nossas turmas realizadas. Muito provavelmente entre 5 a 15% dos alunos inscritos.
Ainda mais nos nossos cursos e treinamentos, que são de temas mais específicos, de padrão corporativo, de carga horária reduzida, valor de inscrição equivalente ao padrão, e voltados para analistas e gestores em progressão de carreira.
A questão é que negros não são, e nunca foram, minoria no país. Segundo o mesmo IBGE, em 2018, a população negra autodeclarada era de 56% da população.
As raízes dessa situação são conhecidas. Vem da escravidão e de todo o processo escravista que no Brasil se tornou um mercado e um modelo de negócio e de sociedade durante 353 anos.
E que não é um cenário longínquo. O fim, “oficialmente”, se deu em 1.888 como todos aprendemos na escola. Essa data parece distante, mas se analisarmos um senhor negro que hoje possui 60 anos de idade, certamente teve bisavós que foram escravos. Ou ‘alforriados’, ou nascidos livres, mas vivendo de atividades domésticas mal remuneradas nas cidades, ou vivendo de uma agricultura de subsistência nas vilas pelo interior do país. Sem acesso a um sistema educacional relevante e oportunidades dentro de uma sociedade ainda escravocrata, mesmo se tornando republicana nos anos seguintes.
Por isso que ações afirmativas – atividades e decisões – por parte de governos ou empresas, sempre foram necessárias para reduzir essa disparidade que, sabemos, não será reequilibrada em uma geração apenas.
Esse tem que ser um projeto de nação. Todo o país que conseguiu crescer e prosperar de modo sustentável e equilibrado teve que, em algum momento, resolver suas disparidades internas e conflitos sociais. Para assim construir uma unidade e um senso de nação responsável pelo seu povo e, inclusive, pela sua história.
Antes de tudo, e para deixar claro. Não somos uma entidade setorial e nem pertencemos à grupos empresariais. Não recebemos financiamento governamental e nem apoio de fundações. Não temos acesso e nem usamos benefícios fiscais. Somos uma empresa, que prospera em função da comercialização e lucro de cursos, treinamentos, palestras, mentorias e consultorias.
Tudo na área de marketing relacionado a linha de frente do negócio: vendas, atendimento, serviços, experiência, gestão de cliente, relacionamento e planejamento.
Compreendemos que são conhecimentos importantes e necessários para a inclusão e evolução do ser profissional no mundo corporativo e dos negócios. Por conta disso temos um Programa de Ação Afirmativa que busca oferecer condições melhores para que negros possam se capacitar nos nossos cursos.
Ou seja, iremos abrir mão da margem de lucro e cobrar somente uma tarifa para custear as despesas que temos por pessoa.
Esse Programa de Ação Afirmativa é para pessoas que fazem parte, ou estão vinculadas, formalmente ou não, a entidades (grupos, instituições ou associações), que defendem a causa negra e seus ideais.
O processo de solicitação de inscrição deverá ser feito, exclusivamente, via entidade preenchendo o formulário abaixo.
Logo, se você, negro ou descendente, quiser fazer nossos cursos por meio desse programa, basta solicitar a entidade a qual você faz parte (como beneficiário, ou voluntário, ou apoiador, ou dirigente) para que entre em contato conosco e solicite essa vantagem para você.
Esse Programa de Ação Afirmativa não é uma ação beneficente e nem assistencial. E o aluno inscrito por meio desse programa nunca será tratado de modo diferente por conta disso. E nem exposto.
Nossos cursos são para pessoas em progressão de carreira, já com formação universitária ou nos últimos anos, e que estão entre os 11,4% dos negros em funções técnicas profissionais ou que já estão em progressão de cargos (vide primeiro quadro: participação em cargos por raça). E buscando crescer na pirâmide profissional da empresa ou de outras no mercado, buscando atingir cargos de gestão e liderança.
Caso você não queira se capacitar dentro desse Programa de Ação Afirmativa, porque não precisa, mas você gostou da nossa ação afirmativa você poderá ajudar outras pessoas que nem condições possuem para pagar uma tarifa de custo.
Basta procurar uma entidade (com o perfil listado acima) e se dispor a patrocinar (pagar) a tarifa de custo de seus integrantes interessados em fazer nossos cursos. E pedir para eles entrarem em contato conosco.
Caso não faça parte de nenhuma entidade, entre em contato conosco que poderemos encaminhar sua intenção para entidades que precisam de patrocinadores para seus beneficiários.
Além de acreditar realmente que cada um deve buscar fazer sua parte para reduzir a disparidade da presença negra no mundo corporativo, a pauta da discriminação racial é um tema sensível do prof. Marcelo Miyashita, no líder na Miyashita Consulting.
Ele, como descendente de japoneses, e de raça japonesa de pai e mãe, como todo oriental vivenciou na pele a discriminação e o desprezo velado de uma sociedade branca e de raízes oligárquicas.
Discriminação que teve seu ápice durante a Segunda Guerra Mundial em que por decreto federal orientais não podiam se reunir em mais de 3 pessoas, não podiam falar em japonês em locais públicos, e para viajar de uma cidade a outra precisavam passar numa delegacia e solicitar um visto de saída.
Durante todo o primeiro e segundo ciclo migratório japonês não tiveram apoio, ações afirmativas governamentais relevantes, quase nada. Tiveram que depender um do outro, em famílias, colônias rurais e cooperativas.
E assim construíram e conquistaram seu espaço na sociedade brasileira. E por conta da ascensão social e, principalmente, profissional obtiveram o respeito e aceitação que hoje é comum. Mas, que até o começo da década de 90 não era.
Por isso que o prof. Miyashita acredita nesse caminho. Há vários caminhos para que negros e descendentes sejam respeitados. O caminho que podemos contribuir, dentro do que fazemos, é estimular a ascensão negra no mundo corporativo por meio dos nossos cursos e capacitações.
A participação nesse programa deve começar com o cadastramento e pedido de uma entidade ligada a causa negra e seus ideais.
Preencha o formulário, iremos analisar e entraremos em contato.
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